Traído pela torcida

A maior das vantagens de ter deixado o jornalismo – embora este me faça falta – é a possibilidade de escrever sobre a paixão rubro-negra sem nenhuma isenção. A ponto de me recolher em alguns momentos quando achar necessário.

Digo isto porque, desde domingo, após o insosso empate com o Madureira, não senti nenhuma vontade de escrever. Foi um jogo chato, o time esteve perdido e desorganizado, mas buscou um resultado que, em qualquer outra circunstância, teria o efeito mais produtivo do que desastroso.

Mas não.

Os pedidos por “ah, é Adriano!” me fizeram sentir vergonha de ser rubro-negro. Este é, sim, o motivo do meu desânimo. Sempre nos diferenciamos nas arquibancadas pelo que temos de melhor: empurramos os caras, fazemo-os dar sangue. Não jogamos juntos; jogamos por eles, quem quer que sejam. Com esses gritos, nossa torcida não só não fica diferente das outras pelo que tem de melhor, mas passa a ficar a igual a elas pelo que elas têm de pior.

Gritar o nome de um jogador que nem faz parte do grupo para atingir quem está erguendo o Manto foge completamente do que considero ser parte integrante do rubro-negrismo.

Nem estou aqui tomando juízo de valor em relação à decisão da diretoria de rejeitar o Imperador. Nem à postura de Luxa. Tenho opiniões, já expostas aqui e em blogs. Não vêm ao caso. Fato é que não sou flamenguista pelos outros, mas somos uma coletividade, uma nação da que faço parte, e ela me deixou triste e doído. Senti-me traído.

Agora, Adriano foi apresentado hoje no Corinthians. Deixem o cara. É, oficialmente, jogador do clube. Somos Diego Maurício, Deivid, Wanderley, Peu, Fio, Obina, Dimba. Somos Flamengo. Somos quem veste vermelho e preto.

Adriano: mais uma reflexão, certamente não a última

Semana sem jogos, um assunto predomina.

Adriano.

Ao que parece, Vanderlei Luxemburgo não o quer mesmo. Não foi à festa que poderia reencontrá-lo. Não parece disposto a dar qualquer brecha para conversa. Sabe que a pressão dos cornelheiros (conselheiros corneteiros) pode torná-lo vulnerável. Como já disse aqui, já foi-se o tempo que o Luxa dava piti e resolvia sair de um clube cuja diretoria o peitava e, no dia seguinte, as propostas boas e de clubes “top” apareciam aos montes.

Mas a diretoria não está disposta também a perder VL, mesmo este já na curva descendente. O mercado de treineiros anda impróspero. Até técnicos medianos têm rejeitado sair de seus empregos. E os disponíveis ou estão desgastados ou só liberam de seus clubes mais adiante.

O que está em jogo nesta balança de forças?

– PRÓS: Gols (?)

– CONTRAS: Difícil reposição de treinador, confirmada a probabilíssima demissão de VL (nomes disponíveis: Adilson Batista, Leão, Caio Júnior, Joel) / Problemas disciplinares e questões extracampo, com possível retorno do clube às páginas policiais / Dificuldades (ainda maiores) de patrocínio (seu comportamento não tem sido, digamos, muito vendável) …

O Flamengo não quer o Adriano. O supertécnico já o disse. Depois, o diretor de futebol confirmou. O assessor da Presidência também. Política que só, e sempre de olho das urnas, a presidenta Patrícia também já o vetou, mesmo que nas entrelinhas – não quer que os eleitores a lembrem como a vereadora que não trouxe o Adriano, o que anularia os efeitos positivos de sua manobra por R10. Quer ser apenas uma co-responsável pelo veto e que o treinador assuma mais a rejeição ao atacante.

A despeito de toda a prepotência, da marra e da decadência, Vanderlei Luxemburgo precisa ganhar esta guerra. Há 16 anos, quando era O TREINADOR, saiu pela porta dos fundos sem terminar o trabalho (combalido pelo gol de barriga, mas não condenado per se). Ninguém garante que o destino de 1995 seria diferente se ele tivesse permanecido, nem ninguém pode afirmar agora que o Flamengo será mais vitorioso com Luxemburgo e sem Adriano.

Por via das dúvidas, que tal mudarmos o meio da história para vermos como vai acabar este filme?

***

Com ou sem Adriano, os jogos finais da Taça Rio e as oitavas-de-final da Copa do Brasil me parecem prazo-limite suficiente para o julgamento final dos atacantes do elenco para o restante da temporada.

– Diego Maurício parece ter superado os problemas familiares e mostra a forma da sub-20. Hoje, é o meu camisa 9. Mas ainda precisa de mais rodagem. Gols.

– Wanderley, recuperado fisicamente, é uma boa opção. Pode entrar, incendiar. Titular? Enquanto não há um nome de consenso, pode brigar. Mas não é o meu preferido.

– Negueba: definitivamente não é atacante. É alternativa para eventuais ausências de Ronaldinho e Thiago Neves.

– Deivid: a mesma sensatez da diretoria ao vetar ao Adriano deveria ser aplicada numa conversa com esse jogador. Proponha-se uma rescisão amigável, a menos danosa possível ao clube.

Com apenas dois atacantes de verdade e em condições, é fato que ao menos um deve ser contratado. Ao fim do prazo-limite, saberemos se este reforço ofensivo seria O camisa 9 ou apenas chegaria para compor o elenco.

Fla-Weekender: Por que Obama recebeu o Manto de Patrícia?

Apenas uma resposta. E simples.

Obama pode estar perdido em suas política interna. E externa. Mas mal informado, certamente, ele não é.

Leitor, claro, do maior jornal do seu país, o New York Times, abriu a edição de algum dos sábados atrás (vejam um dos posts abaixo), sentado em sua poltrona como qualquer americano, e se deparou, em meio a toda a repercussão dos primeiros fatos e eventos na Líbia, com uma reportagem, na mesma editoria World, sobre aquela presidenta pioneira no maior clube do país do futebol.

Pioneiro presidente negro no maior dos países do planeta, é certo que, no momento do encontro entre ambos, em que Obama recebeu o Manto, houve ali, um quê de admiração mútua.

É uma pena que, tanto Obama, aqui, e Patrícia, no Flamengo, estejam transformando a doce expectativa da mudança (justamente por tal pioneirismo, também) numa profunda e amarga decepção.

E não adiantarão apenas a reforma da saúde ou o Ronaldinho Gaúcho para compensar o pouco ainda feito.

O povo espera muito mais de vocês.

Pythakes #2 – 19 de março: Adriano, a fortaleza de Luxa

– Boa vitória em Fortaleza. Mas não estou plenamente convencido com o rendimento do time. Uma coisa é estar satisfeito pelos resultados, já que a campanha até aqui, invicta, é incontestável. A outra é avaliar, racionalmente, que é grande a diferença entre o que um time com a qualidade desses jogadores produz e o que pode produzir.

– Tática. Talvez seja essa a explicação. A tática envolve a escolha dos jogadores, a distribuição deles em campo. Já tivemos quantidade suficiente de jogos para inocentar as desculpas de preparo físico e de desentrosamento.

– Apesar de tais pesares e de não ir em nada com a cara do Luxa, não vejo motivo para mudança de treinador. Seria radicalizar. Mas que fique claro: a partir do fim de abril, quando se decidirão o Estadual e a Copa do Brasil e iniciará o Brasileiro, a coisa vai ser bem mais complexa, as carnes de assadas não terão nada e o nível de exigência aumentará exponencialmente. Filme já visto e revisto.

– Luxa poderia cair, sim, pelo episódio Adriano. Fico dividido. Por um lado, me enerva o fato de pressões politiqueiras e clubescas que só apequenam o clube decidirem o destino do futebol. Isso apenas denota a vulnerabiidade institucional do CRF. Por outro, temo também que o Profexô já esteja extrapolando suas funções, vetando o cara sem ser essa a posição definitiva do clube. Sem clima, poderia sair (se levasse o Velloso, seria ainda melhor) e acabar com a prepotência em nosso comando.

– Mas, pelo visto, Luxa teve de moderar o discurso e passar a considerar o Imperador. Fosse há alguns anos, daria bye bye e aguardaria novo leilão por seu passe. Agora, ainda decadente e necessitado de um caneco para se reprojetar, provavelmente ficaria desempregado de clube grande por um tempo. Foi uma conveniente readequação de filosofia, digamos.

– A propósito: se é claro e nítido que o problema do Adriano é o álcool (problema médico mesmo, ao que parece), mestre Luxa ainda nos diz que vai tomar uma cerveja com ele na festa do R10? Bela demonstração de como vai recuperá-lo…

Pythakes #1 – 15 de março: Jogos, Adriano, Love e Ricardo Berna

Inauguro no Mundo Flamengo.com os pitacos rubro-negros desde Nova York, os “pythakes” já conhecidos nos comentários que faço no blog FlamengoNet.

– Fla-Flu nem tão morno assim. Foi um zero a zero com emoção, bons lances e que poderia ter o Flamengo como vencedor, ainda que o time tenha mostrado deficiências táticas e jogadores abaixo do rendimento. Não gostei de Ronaldinho Gaúcho. E, mesmo errando muito, Thiago Neves sobe a cada dia mais no meu conceito.

– Contra o Fortaleza, time tradicional do Nordeste, teremos equilíbrio nas arquibancadas do Castelão. Mas sem essa de “obrigação de matar o segundo jogo”. Vamos com tranquilidade, porque a vitória por 1 a 0 já estará de bom tamanho. E acho que mais um jogo, no Rio, não fará mal algum para o time ainda desentrosado e desfigurado em termos táticos.

– Adriano? A fila anda. O sábio Vanderlei não o quis, e se é ele o cara com a moral da diretoria, então que fique assim. Não pode é Adriano atravessar o técnico, que, mesmo sob a minha antipatia e ainda sem a formação ideal, parece ter o controle do grupo. E como a própria contratação do Imperador por si só seria controversa em função do que ele ainda pode render, então é até bom que não tenha voltado.

– Love e Nilmar. Prefiro sonhar com o primeiro. Já passou pelo test-drive com o Manto, que não pesou. O Manto pesa até nos craques consagrados – imaginei se Nilmar o sentisse, após a fortuna investida? Sem contar que Love me parece mais factível a curto prazo. E é um artilheiro, não se pode negar.

Essa é para os amigos tricolores:

  • 2004 – Fla, vice da Copa do Brasil, para time pequeno do interior de São Paulo.
  • 2005 – Flu, vice da Copa do Brasil, para time pequeno do interior de São Paulo.
  • 2006 – Fla, campeão da Copa do Brasil, contra time alvinegro.
  • 2007 – Flu, campeão da Copa do Brasil, contra time alvinegro.
  • 2009 – Fla, campeão brasileiro.
  • 2010 – Flu, campeão brasileiro.
  • 2010 – Após título brasileiro, Fla tem nova presidente assume, demite vice de futebol, demite o técnico, é eliminado da Libertadores e goleiro se envolve em crime macabro.
  • 2011 – Após título brasileiro, Flu tem novo presidente assume, demite vice de futebol, demite o técnico, é eliminado da Libertadores e …. se cuida, Senhora BERNA!!!!!!

 

Fla-Weekender: O que o New York Times viu em Patrícia Amorim

“In soccer-obsessed Brazil, there is no team more popular or with more history than Flamengo, which is based in Rio”, New York Times, p. 8, International’s The Saturday Profile. 25/2/2011.

Curiosamente ignorado pelo na tradução integral veiculação pelo site de “O GLOBO”, no mesmo dia da publicação da matéria no NYT, o trecho acima oferece a real dimensão da representatividade do Flamengo no Brasil e, de quebra, permite o julgamento de que o potencial do clube a ser explorado no exterior é, de fato, muito grande.

Emergente da vez. Global player diplomático. Economia em ascensão. Nação dos investimentos. Terra da próxima Copa do Mundo de futebol, esporte a que os americanos começam a se render. O Brasil é a bola da vez. E o Flamengo, na condição de principal clube desse país reconhecida pelo jornal mais importante do mundo, deve se repaginar para seguir além das fronteiras nacionais.

A reportagem aborda, em si, um perfil de nossa presidente. Talvez porque seja no mínimo insólito, para os americanos, uma mulher que vença os desafios e preconceitos no comando do maior clube da América do Sul, que ainda tanto rejeita a presença feminina dentro e fora de campo (panorama diametralmente oposto ao dos Estados Unidos, diga-se).

Mas se não fosse o Flamengo, se fosse qualquer outro clube brasileiro, Patrícia não estaria nos “Saturdays Profiles”, espaço na conceituadíssima editoria internacional da publicação mais importante no planeta semanalmente dedicado a personalidades de destaque.

No mais, recentemente, o C.R.F. esteve como ponto central de matéria no renomado blog “Beyond the Brics”, do Financial Times, jornal econômico mais importante do planeta. No post, o autor evoca os retornos dos astros brasileiros à terra natal, dado o bom momento do pais no cenário econômico atual, e não pôde deixar de sublinhar a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Mais Querido.

E o que, hoje, se pode fazer pela ampliação das fronteiras nacionais do Flamengo?

Assunto para os próximos posts.

Visao do Mundo – Bangu 1 x 2 Flamengo – Luxa acertou. Soh na coletiva

O Flamengo jogou talvez sua pior partida do ano ante o Bangu. Venceu num dia de sorte, num jogo em que mostrou muita desorganizacao tatica e falhas tecnicas, apesar da transpiracao.

Parte das dificuldades originou-se na atuacao de Vanderlei Luxemburgo. Sim, porque o time nao foi tao mal no primeiro tempo (principalmente nos primeiros quinze minutos). Que o tecnico ate quisesse poupar os amarelados para o classico de domingo, va la. Mas ai a desconstruir nossa marcacao lancando um meia na ala tendo um camisa 2 de oficio no banco e abdicar do melhor dos volantes para tentar usar o Renato na funcao, ai eh demais. Era obvio que o Bangu, que nao eh um time ruim, cresceria e so nao venceu por Felipe.

Mas como a mare de Luxa esta bem positiva – assim como foi no Galo no primeiro semestre do ano passado (e que nao o deixem ficar por tanto tempo ate que ele degringole o time no meio do Brasileirao), seu trabalho segue incontestavel. Que ao menos, no Fla-Flu, ele invente menos e faca o time vencer e convencer, coisa que, este ano, com Ronaldinho, Thiago Neves e cia, ainda nao fez.

A grande vitoria do Luxa no jogo foi justamente na coletiva, quando anunciou a nao-contratacao do Adriano. Ainda tinha algumas duvidas, mas depois do veto publico e explicito, ficou evidente que qualquer decisao em contrario seria malefica para o elenco que comanda.

No mais, Adriano ficara 45 dias no estaleiro. Imaginem o estimulo dos nossos atacantes, que ja sao meia-boca, ao saberem que, o que quer facam, ainda se marcarem tres gols por jogo, terao inevitavelmente a reserva como destino, e tendo de ceder o lugar prum cara erratico, relapso e que, apesar de artilheiro, tem toda a condenscendencia que vai ao encontro de todo o bom exemplo que se espera de um profissional.

Fora isso, ainda tem as questoes extracampo, como o temor de que o ja dificil patrocinador master demore ainda mais ou, quando vier, seja concretizado por um valor ainda mais aquem do que o esperado.

Ou seja, tudo o que Ronaldinho pode trazer de positivo, Adriano poderia vir a negativar.

No fim das contas, acho que foi melhor assim.

O autêntico Pardal

Nunca gostei do Vanderlei Luxemburgo. Até o início dos anos 2000, minha antipatia concentrava-se em sua personalidade (um pouco alguns fatos pessoais de meus tempos de jornalista, mas não vem ao caso). Dentro de campo, eu, como muitos, não ousava discutir seus métodos, reconhecidamente vitoriosos. E confesso: o então declarado “treinador rubro-negro” historicamente sempre colecionou mais vitórias do que derrotas contra nós.

E ainda havia a profecia do “um dia o Vanderlei vai voltar” – primeiro, em razão do como-poderia-ter-sido que nos assolava desde a saída turbulenta pós-gol de barriga, já que, para muitos, o destino do Centenário teria sido outro caso o treinador permanecesse, com Romário no elenco ou não.

Só que, após sucessivas campanhas pífias, inclusive na Seleção e no Real Madrid, e problemas extra-campo, Vanderlei (como gosta de ser chamado pela “sua” imprensa carioca) saiu de seu pedestal e, ante a nova condição de mero mortal, passou a ter sua conduta questionada, fora e dentro das quatro linhas. Com a proeza de ter ser persona non grata nos quatro clubes paulistas (sendo que num deles sequer pôs os pés), VL precisou levar o Atlético-MG à porta da Série B para, enfim, regressar ao seu clube de coração.

Oportunidade? Só se for para o técnico, que pegou o atual campeão brasileiro e, ainda assim, quase o rebaixou. É verdade que o time já andava mal das pernas, após uma Libertadores fracassada e um elenco sob entressafra. Mas pela grife, pompa e terno (aposentado, enfim), esperava-se muito mais.

Em 2011, com a faca, queijo, manteiga, croissant e cream cheese nas mãos, Vanderlei não pode reclamar. Tem um elenco acima da média e craques que podem resolver. Possui carências, como todos os times do Brasil. Mas o velho Luxemburgo tornou-se um velho Professor Pardal. A essa altura da carreira, quando deveria assumir o conservadorismo. É zagueiro na lateral, é camisa 10 no ataque, é meia na zaga. Um samba do crioulo doido.

Se não inventasse, se talvez voltasse às origens do Bragantino-90 do 4-4-2 que o revelou para o Brasil, Vanderlei faria o Flamengo ressurgir. Sim, porque o Bonde do Mengão Sem Freio, com Ronaldinho Gaúcho de camisa 9, não me convence para jogar contra o Ceará no Brasileiro. Pode vencer o Bangu hoje e até faturar o estadual assim? Pode. Mas entre a Taça Guanabara e uma competição de verdade, o abismo é abissal.

Não temos lateral? Zagueiros titubeantes? E o Anderson? E o Flautcher? Estamos falando de Carioquinha. E, agora, de uma Taça Rio após a GB no bolso. Quando os moleques serão testados? No Brasileiro? Na reta final da Copa do Brasil? Ou em 2012, quando tudo pode ter acontecido, para o bem ou para o mal?

Abre o olho, Vanderlei…

Adriano, o Imperador dos Extremos

Adriano?

É o Imperador dos Extremos.

Num jogo, pode fazer dois ou três gols, importantes a ponto de, só por eles, julgar-se de que “valeu o investimento”.

Em outro, ele pode simplesmente não ter jogado, porque não apareceu nos últimos três treinos.

Infelizmente, só se fala no retorno de Adriano pois nossas opções para o ataque não funcionam (Deivid, questões técnicas; Wanderlei, questões físicas e Diego Maurício; questões disciplinares so far). E qualquer rubro-negro sério sabe que precisamos de um “empurrador de bolas para dentro” de respeito, com R10, Thiago e El Pollo como municiadores.

Adriano impõe respeito? Sim. Faz gols? Muitos.

E o pacote?

Não adianta contrato de risco. Remuneração por desempenho. Cláusula disciplinar. Adriano (e seu agente, talvez) mostrou-se intimorato a contratos. A obrigações. Na boa, o camarada deu a segunda volta em dois gigantes italianos em três anos (e recebendo troco). Se vier, terá de ser pela motivação. Mas se a Copa do Mundo não foi capaz de pô-lo na linha, o que pode lhe dar brios para ser razoavelmente profissional?

Talvez R10 possa ajudá-lo. Inspirá-lo. Talvez ele se imbua de uma vontade tresloucada de fazer gols, num time alegre, num clube que gosta, com uma torcida que o admira (dentro de campo) e na cidade cujos recantos adora se esconder e explorar.

Se for R10 a contaminá-lo com o espírito de “faço, mas me banco” e não Adriano a levar o Dentuço ao caminho das trevas…talvez funcione. Isso sem contar o “fator VL”…(estaria ele disposto a conflitar seu ego e aturar suas estripulias?)

Pacote complexo, esse. Ainda estou na dúvida.

A volta do Mundo Flamengo.com

10 meses. A 10 de Zico. Foi o tempo que este blog ficou interrompido e que, hoje, volta à ativa. Quando este iniciou seu “período sabático”, havíamos sido eliminado da Libertadores, o Império do Amor havia ruído, tínhamos um “estagiário” como técnico e o grande ídolo no comando.

Tempos difíceis, porém de esperança.

Meses depois, Deus disse adeus. Um novo ataque não deu certo. Um “professor” voltou ao clube. Escapamos do rebaixamento por milagre.

Mas 2011 chegou e, na esteira dos novos tempos, os meninos nos alegraram e um craque planetário aportou na Gávea. Sinal de novos tempos? É o que o mundo torce. O Mundo Flamengo.

Sejam bem-vindos de volta.

Pelo Mundo Flamengo – Sai o blog, fica o conceito

Há quase um ano e meio, acordei com um novo ideal. Em plena Nova York, capital do mundo, convocar a Nação-Rubro-Negra fora do Brasil  e, juntos, construirmos uma verdadeira comunidade flamenga no exterior.
 
Uma missão a qual me sentia plenamente capaz de cumprir: pela internet, criar meios de unir os rubro-negros pelo planeta. Pretensão grande, mas não impossível. Se somos muitos no Brasil, e a comunidade brasileira no exterior cresce a cada dia, nosso potencial é grande. Por que não?
 
Então criei um blog, o Mundo Flamengo, uma ferramenta que, por meio de colunas e depoimentos de rubro-negros espalhados pela Terra (com colaboradores da Austrália, China, Portugal, EUA, por exemplo), serviria, inicialmente, de chamariz ao público-alvo. Mesmo sem divulgação, tivemos acessos razoavelmente bons. Satisfatórios.
 
Dezessete meses depois, o blog encerra as atividades. Há muitos fatores que levam a este destino (falta de tempo principalmente de minha parte, dificuldades de divulgação, entre outros). De toda forma, ainda que efêmero, consolidou entre os que passaram por lá o sentimento que nos une: um amor incondicional pelo Mais Querido, que se mistura com a saudade do país, da família, da infância … coisas que os imigrantes permanentes e provisórios sentem quando não tem mais o prazer de pensar que o Maraca é logo ali.
 
Além disso, creio ter trazido a tona demandas comuns, como o inconformismo da impossibilidade (infelizmente ainda existente) de não podermos ser sócios nem participar minimamente da vida do clube; as agruras para acompanhar o time no exterior (especialmente a Libertadores!); a extrema felicidade de ver um Manto Sagrado na rua …
 
Enfim, o Mundo Flamengo cumpriu seu papel. E foi pé-quente: nasceu em fevereiro de 2009, quando o time ia muito mal das pernas – acabávamos de ser eliminados pelo Resende na semifinal da Taça Guanabara. O time tinha uma zaga com Fábio Luciano bem cansado e Airton, na fase “matador”; os laterais – lembrem-se – contestadíssimos; Marcelinho Paraíba, de tão insolente que acabou forçando sua saída; e um ataque bem cardíaco: Zé Roberto, negação àquela altura, e Obina – este, melhor nem comentar. O banco era de chorar, a começar pelo técnico.
 
Agora, ao fim das atividades, em junho de 2010, fomos tri estaduais, conquistamos a hegemonia do Rio e nos sagramos hexacampeões brasileiros. Muita coisa em pouco tempo, muito pouco tempo.
 
O momento atual é tão desafiador quanto na época do nascimento do MF. Mais difícil por um lado, já que uma base parece se desmontar. Menos por outro, já que temos Zico no comando – e, ao menos, com um Estadual e principalmente um Brasileiro nas costas, que hão de ser lembrados por décadas.
 
O Mundo Flamengo morre, ou interrompe-se, como blog – quem sabe não retorna futuramente, sob outra perspectiva? (ele será mantido por lá, até segunda ordem) Mas, por ora, ele fica e espero que permaneça para sempre, como CONCEITO. Suas metas serão sistematicamente lembradas em minha coluna semanal, que passo a assinar no célebre FlamengoNet – onde também me darei o direito de pitacar sobre o que nos aflige, mesmo que apenas via TV, internet e outros meios distantes. O Mundo Flamengo já estava no Twitter e, agora, reforçarei este canal com os “mundoflamenguistas”.
 
Obrigado por tudo e a todos que contribuíram, se dedicaram, comentarem e passaram pelo espaço. Espero revê-los sempre em qualquer esquina deste mundo em vermelho e preto. E, claro, agora, semanalmente, sempre aqui no FlamengoNet.
 
SRN,
 
Paulo Caruso Lima / Nova York
@mundoflamengo

Ser esperto é reconhecer as limitações e delas extrair os diferenciais

Paulo Lima. Eastchester (NY)

Ganhamos? Ganhamos!

Quartas-de-final, aí vamos nós. Quartas, já na quarta.

A postura:  reservas contra o SPFC. Reservas? Sim.

Lombaevertonsilvaalvarofabricioalvimfernandotoroklebersonmichaelpetmezenga.

Não precisa de vírgulas. Podem chamar de time B, expressinho, reservas, menguinho, o que for. Vamos assumir que estamos priorizando a maior competição esportiva do continente, da qual já somos um dos oito melhores.

No mais, o SPFC virá de reservas. Também pagou seu preço no Paulista por querer a força máxima nas duas competições:  padeceu no Estadual e sofreu, até mais do que o Flamengo, para avançar às quartas. Com Cléber Santana, Marcelinho Paulista e Washington no banco, há sentido escalarem os onze que jogaram anteontem?

Ou seja, na melhor das hipóteses, Rogério poupará não só os guerreiros que foram ao limite no Pacaembu de jogar no Maracanã possivelmente quente ao sol das 16h e de eventuais lesões.  Também dará a chance desejada a candidatos ao “time principal”, como a dupla de zaga (que já esteve titular) e a quatro meio-campistas (Tpró, Pet, Kleberson e Michael) que, por muito ou algum tempo, nos últimos meses, também se protagonizaram entre os 11.  Qual deles não vai querer jogar a “forra” contra La U?

Be smart, Roger.

Império, unido, jamais será vencido

A união do Império faz a força

Paulo Lima, NY – especial para o Blog da FlamengoNet

Pode não parecer muita coisa. Mas foi sintomática a decisão de Adriano e Love de se juntarem para a entrevista coletiva antes do decisivo jogo contra o Corinthians.

Quer queiram ou não, os números não mentem: o Império do Amor é o que de melhor acontece no Flamengo de 2010. São 30 gols da dupla no ano: 13 de Adriano (em 14 jogos) e 17 de Love (em 21 jogos).

Podem-se discutir os métodos, a disciplina, os privilégios e as atitudes extracampo.

Mas fato é que o ataque rubro-negro tem funcionado, tem correspondido em campo e feito gols, mesmo com o time longe do padrão tático mostrado na campanha do hexa e com mudança de treinador na temporada.

E é isso que vai contar no jogo mais importante da temporada. Efetividade. Oportunismo. Vai ser uma partida muito tensa, muito complicada e, sinceramente, vai vencer que é mais valente. Quem é mais mortal. Não vai demorar muito para a tática dar lugar à guerra.

Na coletiva, o Império do Amor mostrou união, afinação no discurso, compenetração e seriedade. Todas as qualidades que queremos ver em campo. Juntos, acabaram se blindando de perguntas que envolvem as polêmicas que os circundam individualmente. Um dependerá do outro. Juntos, são muito mais fortes.

E é isso que esperamos que continue a acontecer em campo nesta quarta-feira.

O sonho de verão do carrasco dos Gambás na Libertadores-1991

Paulo Lima. EASTCHESTER (NY), Estados Unidos

2005. Dia de festa em Nova Iguaçu. Lá eu escalado para cobrir a apresentação do novo craque da Baixada Fluminense. Edmundo estava de volta ao futebol, recepcionado por toda a nata da cidade, encabeçada pelo prefeito Lindberg Farias.

Em meio à toda confusão, o time de juniores do NI treinava com afinco em um dos campos secundários do moderno CT do Laranjinha. Com apito na boca, cabelos levemente grisalhos, o treinador dos moleques chamava a atenção pela compenetração e concentração que comandava a atividade naquele calor senegalês. Aproximei-me e o semblante era realmente familiar.

O auxiliar-técnico dos juniores do Nova Iguaçu era Rogério. Ainda sem Lourenço. Era o zagueiro baixinho que se destacava pela impulsão e pelas potentes cobranças de falta e que era um dos meus ídolos no início da década de 90. Não pude deixar de abordá-lo. Estava sumido do futebol, e queria saber de seu  paradeiro. Me contou da falta de estímulo por conta das contusões. Falou-me também das expectativas para a carreira de técnico (lembro-me ter citado Carlinhos e Telê como referências) e do sonho: ser treinador do Flamengo proximamente.

Fui para a redação pensando nesse sonho do Rogério. (E como ele podia se concretizar logo, já que à frente de nosso banco de reservas tínhamos Julio Cesar Leal). Sempre gostei do caráter do zagueirão, da segurança que ele impunha à defesa (apesar de Junior Baiano), do rubro-negrismo do cara (um dos poucos a ter sobrevivido da diáspora promovida pelo ex-presidente Luiz Augusto Velloso) e dos gols decisivos (como aquele tirambaço que nos tirou do sufoco contra os reservas do São Paulo, nas semifinais do Brasileiro de 92.

E, um ano antes, um gol que hoje parece profético: Corinthians. Pacaembu. Libertadores (1991). Fla 2 a 0.

Boa sorte, comandante! Que seu sonho, agora realidade, ilumine todos os corações rubro-negros pelo mundo!

Carta aberta à MAGNÉTICA FUDEROSONA PICA MASTER

A semana foi conturbada. Tivemos notícias de todos os naipes, e muitos estão contrariados com os acontecimentos.

Mas existe um fato que está acima disso tudo: o jogo de quarta.

Portanto, é hora de deixarmos de lado opiniões, raivas, melindres, descontentamento.

Urge a necessidade de sermos RubroNegros acima de tudo. É dever cívico. Obrigação.

É hora de INVADIR O MARACANÃ. Se o dia 6 de dezembro de 2009 foi o dia mais importante do ano, o dia 28 de abril será o primeiro dia mais importante de 2010.

É hora de meter a mão no bolso e comprar o ingresso. É hora de gritar mais alto, de fazer o Maraca tremer.

É hora de mostrar que estamos acima do bem e do mal.

A MAIOR TORCIDA DO MUNDO FAZ A DIFERENÇA.

E aí, já formou?

Estão nessa corrente os seguintes blogs e sites:

Estão nessa corrente os seguintes blogs e sites:
Blog da FlamengoNet – http://flamengonet.blogspot.com
Aqui é Flamengo, moleque: http://aquiehflamengo.blogspot.com
Buteco do Flamengo – http://butecodoflamengo.blogspot.com

Acaba  com eles Flamengo – http://www.acabacomelesflamengo.blogspot.com/

Eu sou Flamengo: http://flamengo.com
MundoFlamengo – http://www.mundoflamengo.com
Ninho da Nação – http://ninhodanacao.blogspot.com
Primeiro Penta – http://www.primeiropenta.net
Uma vez, sempre Flamengo – http://umavezsemprefla.blogspot.com/